bambular
A brincadeira é uma transformação do sentido, da realidade: as coisas aí tornam-se outras. As crianças brincam com o que têm à mão e sobretudo com o que têm na cabeça. Se uma criança não pode decidir da sua brincadeira, então já não é ela que brinca
segunda-feira, 21 de junho de 2010
O que?...Os adultos nao sabem?
"O Quê?... Os adultos não sabem?", é um livro para adultos escrito por crianças. Este é um discurso que tem o sentido inverso dos livros para crianças, que são escritos por adultos. Neste livro, as crianças tentam explicar, muito à sua maneira, que precisam que os deixem brincar. Que esse é também um direito que têm e que deve ser respeitado como direito fundamental que é. Por um lado é uma voz em contra-corrente num tempo em que a tendência para a sobre-ocupação e a hiper-programação das agendas diárias das crianças atinge níveis muito complicados, e por outro, mostra que para as crianças, brincar está presente em todas as situações de aprendizagem, mesmo as mais formais.
Este trabalho faz parte de um projecto de Educação Criativa desenvolvido ao longo de três anos com crianças do 1º ciclo do Ensino Básico da escola EBl/JI do Cerco do Porto (Agrupamento de Escolas do Cerco). Foi desenvolvido pelos alunos Ana Lima, Ana Rita, Ana Sofia Coelho, André Nelson, Bruna Costa, Bruno Bompastor, Catarina Sousa, Claúdia Gomes, Daniela Duarte, Denise Navarro, Frederico Amaral, Iara Moreira, Joana Vilarinho, João André, Miguel Fernandes, Nádia Costa, Pedro Alexandre Silva, Renata Mendes, Ricardo Ribeiro, Ruben Neves e Tiago Moura, que se iniciaram na escrita formal em 2007.
Para estas crianças, cujo sonho era fazer "um livro de capa dura", escrever um livro é brincar com o pensamento, comunicar por palavras e fazer desenhos. Foi assim que fizeram. Hoje estão emocionados e excitados com a apresentação da sua obra, o momento tão ansiosamente aguardado após tanto tempo de trabalho.
ARAÚJO, Maria José e MENDES Catarina (Org) (2010). O Quê?... Os Adultos não sabem? Lisboa: Prime Books
Este trabalho faz parte de um projecto de Educação Criativa desenvolvido ao longo de três anos com crianças do 1º ciclo do Ensino Básico da escola EBl/JI do Cerco do Porto (Agrupamento de Escolas do Cerco). Foi desenvolvido pelos alunos Ana Lima, Ana Rita, Ana Sofia Coelho, André Nelson, Bruna Costa, Bruno Bompastor, Catarina Sousa, Claúdia Gomes, Daniela Duarte, Denise Navarro, Frederico Amaral, Iara Moreira, Joana Vilarinho, João André, Miguel Fernandes, Nádia Costa, Pedro Alexandre Silva, Renata Mendes, Ricardo Ribeiro, Ruben Neves e Tiago Moura, que se iniciaram na escrita formal em 2007.
Para estas crianças, cujo sonho era fazer "um livro de capa dura", escrever um livro é brincar com o pensamento, comunicar por palavras e fazer desenhos. Foi assim que fizeram. Hoje estão emocionados e excitados com a apresentação da sua obra, o momento tão ansiosamente aguardado após tanto tempo de trabalho.
ARAÚJO, Maria José e MENDES Catarina (Org) (2010). O Quê?... Os Adultos não sabem? Lisboa: Prime Books
quarta-feira, 10 de março de 2010
IN YOUR HANDS
In your Hands
A folktale from India
A young man once thought to confound the elder of his village.
The old man was said to be exceedingly wise.
But the young man was certain his own wisdom exceeded that of the frail old man.
He had caught a young bird, and carrying this bird hidden in his hands, he approached the older gentleman.
"Here is a riddle for you, old man, "I have in my hands a bird. Is it alive? Or is it dead?"
He thought there was no way the old man could win. If he guessed "dead," the boy would open his hands and release the living bird. But if he guessed "alive," the young man would crush the bird in his hands. When he opened them … there would be a dead bird.
But the old man looked into the young man's eyes and said,
"The answer, my son, is in your hands."
Margaret Read MacDonald
Earth Care
Arkansas, August House Publishers, 2005
A folktale from India
A young man once thought to confound the elder of his village.
The old man was said to be exceedingly wise.
But the young man was certain his own wisdom exceeded that of the frail old man.
He had caught a young bird, and carrying this bird hidden in his hands, he approached the older gentleman.
"Here is a riddle for you, old man, "I have in my hands a bird. Is it alive? Or is it dead?"
He thought there was no way the old man could win. If he guessed "dead," the boy would open his hands and release the living bird. But if he guessed "alive," the young man would crush the bird in his hands. When he opened them … there would be a dead bird.
But the old man looked into the young man's eyes and said,
"The answer, my son, is in your hands."
Margaret Read MacDonald
Earth Care
Arkansas, August House Publishers, 2005
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
O tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho
consumo é uma actividade colectiva que não afecta especialmente as crianças mas todos nós. Fala-se muito do excesso e da abundância de brinquedos e outros objectos, que as crianças (em determinados contextos), recebem no Natal, mas este assunto é bastante mais profundo e complexo, sobretudo no que respeita ás crianças.
Os brinquedos e os jogos são, seguramente, um dos sectores de maior consumo e assim, são tratados como produtos. As crianças são seduzidas por uma grande máquina de marketing comercial e nesse sentido, os brinquedos tem vindo a ser desvalorizados pelos adultos que os consideram objectos de consumo, fúteis e desnecessários. São apresentados às crianças como objectos com funções específicas, desvalorizando-se a invenção e a fantasia.
Tendo entrado na categoria de objectos de consumo, para as crianças, a par da roupa, do fast-food, etc, comercializados em grandes armazéns de brinquedos, passaram a ser desvalorizados enquanto objectos de interesse cultural. As crianças aliás, são consumidoras mas também promotoras pois participam, quase sempre, nas campanhas de promoção.
Em Portugal, aderimos a este sistema (americano de origem), o que fez com que o brincar e os objectos de brincar (os brinquedos) fossem desvalorizados. Assim, o tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho.
Os pais e encarregados de educação não são consumidores passivos, são actores conscientes. Mas, muitas vezes compram sem saber bem porquê: objectos da moda, os filhos pedem, ou simplesmente porque é Natal.
Maria José Araújo
Exageros de Natal
Os brinquedos e os jogos são, seguramente, um dos sectores de maior consumo e assim, são tratados como produtos. As crianças são seduzidas por uma grande máquina de marketing comercial e nesse sentido, os brinquedos tem vindo a ser desvalorizados pelos adultos que os consideram objectos de consumo, fúteis e desnecessários. São apresentados às crianças como objectos com funções específicas, desvalorizando-se a invenção e a fantasia.
Tendo entrado na categoria de objectos de consumo, para as crianças, a par da roupa, do fast-food, etc, comercializados em grandes armazéns de brinquedos, passaram a ser desvalorizados enquanto objectos de interesse cultural. As crianças aliás, são consumidoras mas também promotoras pois participam, quase sempre, nas campanhas de promoção.
Em Portugal, aderimos a este sistema (americano de origem), o que fez com que o brincar e os objectos de brincar (os brinquedos) fossem desvalorizados. Assim, o tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho.
Os pais e encarregados de educação não são consumidores passivos, são actores conscientes. Mas, muitas vezes compram sem saber bem porquê: objectos da moda, os filhos pedem, ou simplesmente porque é Natal.
Maria José Araújo
Exageros de Natal
domingo, 29 de novembro de 2009
O Brincador
Álvaro Magalhães
«Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.
Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.
Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.
Quando for grande, quero ser um brincador.
Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.
Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer.
Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador…
A mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida. E depois acrescenta, a suspirar: “é assim a vida”. Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.
A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser brincador. Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta. Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta. Na minha sepultura, vão escrever: “Aqui jaz um brincador. Era um homem simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras.»
O Brincador,
Álvaro Magalhães
«Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.
Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.
Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.
Quando for grande, quero ser um brincador.
Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.
Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer.
Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador…
A mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida. E depois acrescenta, a suspirar: “é assim a vida”. Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.
A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser brincador. Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta. Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta. Na minha sepultura, vão escrever: “Aqui jaz um brincador. Era um homem simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras.»
O Brincador,
Álvaro Magalhães
sábado, 21 de novembro de 2009
Escola a Tempo Inteiro - Uma diversidade de Perspectivas
O Encontro promovido pela Direcção Regional de Educação do Centro tem como objectivo principal proporcionar um amplo debate sobre diversas perspectivas da “Escola a Tempo Inteiro”
Mais do mesmo? Um bom tempo? Aprender mais? Crescer Melhor?...
Reflectir sobre algumas das questões em torno das finalidades e funções da Escola do 1º Ciclo justifica um Encontro entre Especialistas de Educação, Professores do 1º/2ºCiclos, Professores/Técnicos das Actividades de Enriquecimento Curricular, Pais/Encarregados de Educação, representantes dos órgãos da Direcção dos Agrupamentos de Escolas, Autarcas, Técnicos Municipais e Todos os que pretendam reflectir sobre a construção de uma Escola Plena.
inscrições
Programa
Mais do mesmo? Um bom tempo? Aprender mais? Crescer Melhor?...
Reflectir sobre algumas das questões em torno das finalidades e funções da Escola do 1º Ciclo justifica um Encontro entre Especialistas de Educação, Professores do 1º/2ºCiclos, Professores/Técnicos das Actividades de Enriquecimento Curricular, Pais/Encarregados de Educação, representantes dos órgãos da Direcção dos Agrupamentos de Escolas, Autarcas, Técnicos Municipais e Todos os que pretendam reflectir sobre a construção de uma Escola Plena.
inscrições
Programa
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Conferência a propósito dos 20 anos da Convencao dos Direitos da Crianca
20 de Novembro de 2009 na FLUP
16h00-17h00 – Lançamento da obra “Crianças Ocupadas” (de Maria José Araújo)
Comentários ao livro por João Teixeira Lopes
17h00-18h30 - Conferência: "Direito a falar... com o dedo no ar"
Maria José Araújo
João Teixeira Lopes
Local : Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Anfiteatro 1)
Via Panorâmica, s/n, 4150-564 Porto
www.letras.up.pt
Organização: Instituto de Sociologia
16h00-17h00 – Lançamento da obra “Crianças Ocupadas” (de Maria José Araújo)
Comentários ao livro por João Teixeira Lopes
17h00-18h30 - Conferência: "Direito a falar... com o dedo no ar"
Maria José Araújo
João Teixeira Lopes
Local : Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Anfiteatro 1)
Via Panorâmica, s/n, 4150-564 Porto
www.letras.up.pt
Organização: Instituto de Sociologia
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(...) Quando eu era miúdo jogava pião, a macaca... vínhamos todos brincar para a rua e à roda, à gancheta à sameirinha, etc. Eram grupos espontâneos que se constituíam com os conflitos inerentes a isso. A socialização não era problema... Hoje é tudo muito diferente. É importante, às vezes até é doentio, os pais querem os filhos guardados....
Aos jogos de rua opõem-se as brincadeiras vigiadas e, assim, a um tempo votado ao acaso e à proximidade com o outro através do jogo opõe-se um tempo organizado em espaços vigiados.
Aos jogos de rua opõem-se as brincadeiras vigiadas e, assim, a um tempo votado ao acaso e à proximidade com o outro através do jogo opõe-se um tempo organizado em espaços vigiados.